Hoje, no programa "Grande Entrevista" da RTP1, assisti com um misto de espanto e conformismo aos comentários desportivos dos convidados. Comummente são aqueles ligados ao futebol que menos enxergam e este é um bom exemplo.
Foi por todos referida a instabilidade do Sporting nesta época, fazendo uma ressalva a uma série de sete jogos a vencer em que a equipa se apresentou em bom plano.
Caríssimos entendidos, não foi um acaso. Há uma diferença evidente dessa equipa para a restante época: Rinaudo.
Este jogador lesionou-se e precisamente no jogo seguinte o Sporting entrou em descalabro. Apesar de não ter sido dado suficiente relevo a este aspeto, a verdade é que outro momento positivo do Sporting coincidiu com o rertorno de Rinaudo à equipa, que infelizmente foi de pouca duração devido à persistência da lesão.
Há quem diga que um jogador não pode fazer semelhante diferença, que uma equipa não vive de um jogador. Enganam-se. Em alguns casos, determinados jogadores são fundamentais, quer pelo papel relevante que desempenham, quer por não haver qualquer substituto digno desse nome.
Quanto ao treinador Sá Pinto, concordo com a apreciação: tem alma, é pragmático, sabe aproveitar o que tem à disposição. Relembremo-nos que Rinaudo ainda não lhe prestou serviço e ainda assim o Sá tem obtido resultados. No entanto, tal tem sido arrancado a ferros como temos podido verificar. Este jogo com o Metalist, foi uma penitência. Não por o Sporting defender, não por ter dependido da fortuna do jogo, mas sim porque a maioria dos jogadores não corriam, falhavam passes descaradamente, não tiveram alma. Não falem do esforço físico, como erradamente os comentadores do programa da RTP1 mencionaram, porque caso o Metalist tivesse marcado o segundo ver-se-ia um Sporting de grande fulgor. Não duvidem disto. No entanto, fulgor poderia já não ser suficiente.
Esta equipa tem efetivamente jogadores de valor. Na próxima época precisará de cerca de seis jogadores para posições estratégicas. Seis jogadores... com real valor, e não pseudo-craques que vêem só porque o passe sai à borla.
O holandês voador plana junto ao chão. Era bom que algum otário o comprasse.
O Capel mantinha-o apesar dos queixumes de terceiros. Acho que tem valor para estar na equipa.
O Polga tem experiência mas nada mais. É caso para dizer que nem com uma limpeza de balneário como aconteceu na pré-época ele desandou para fora.
O meio campo ofensivo suspira por um líder. O Matías não o é. Craque? Onde? Falta outro otário que o compre.
O Renato Neto para já é bom só para substituto. Está muito verdinho mas tem potencial. Recorda-me o Oceano.
O mais caricato é que o clube tem bons jogadores, mas estão emprestados. O melhor elemento esta temporada na Académica (adv na final da Taça) é o Adrien Silva do Sporting.
No Olhanense o Wilson Eduardo já fez por merecer uma oportunidade no ataque leonino. Até o coxo do Djaló a teve!
O miúdo Diogo Salomão tem enorme potencial. Precisa de uma mão, quiçá dum moralizador como o Sá Pinto.
O Arias passou e arrumou. Mesmo com concorrência de peso para o seu lugar, ele faz falta.
Há vários jogadores emprestados, é só chamá-los!
Quanto ao Sá Pinto, prefiro-o ao Domingos. Reconheço valor ao anterior treinador, mas este agora tem alma da casa, tem fé genuína nos seus pupilos (ainda que alguns sejam de baixo nível futebolístico). Ele faz em certa medida o que Mourinho é capaz: transmite essa alma e garra às suas equipas. O Domingos, o André Vilas Boas e até mesmo o Leonardo Jardim, são bons treinadores mas nunca serão verdadeiros vencedores. Necessitam de equipas com grande valor individual e coletivo, caso contrário falham redondamente.
Para as casas de apostas os portugueses já perderam, face aos prognósticos de finais espanholas.
Os espanhóis esses, fazem descrições muito esforçadas às caraterísticas da equipa de Alvalade. Dão a passagem como garantida contra uma equipa inferior a todos os adversários anteriores do Bilbao: PSG, Man Utd e Schalke.
Vejam em http://www.marca.com/2012/04/06/futbol/europa_league/1333663992.html
Em suma, ao contrário do que afirmou o Sr. Rui Oliveira e Costa na "Grande Entrevista", na próxima eliminatória com o Bilbao não sei se será suficiente ter apenas pragmatismo, ter somente 35% de posse de bola, fazer apenas três ou quatro remates, defender, defender e defender. Ele contrapôs o voluntarismo dos adeptos ao pragmatismo demonstrado, como o caminho a seguir para aceder à final. Pois meu caro, eu também acredito e espero pelo sucesso da equipa, mas caso não arregacem as mangas e se esforcem a sério, com passes bem medidos, com entreajuda dos setores (invés de irem dois sozinhos à luta e os restantes ficarem a relaxar), com pressão sobre a bola, com jogo no meio campo adversário, não augoro brilhante futuro. O pragmatismo não é suficiente Sr. Rui Costa, é preciso esforço, dedicação e devoção de modo a poder alcançar a glória.
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