Recentemente deparei-me com a seguinte missiva, que anda a circular pela autoestrada do correio eletrónico. Não sou muito dado a este género de conteúdos cíclicos, mas neste caso em particular abro uma exceção.
Este texto está magistralmente escrito. Ilustra de modo simplificado a essência do enunciado no badalado documentário Zeitgeist.
Vale o tempo dispendido.
O QUE É O BCE?
- O BCE é o banco central dos Estados da UE que pertencem à zona euro, como é o caso de Portugal.
E DE ONDE VEIO O DINHEIRO DO BCE?
- O dinheiro do BCE, ou seja o capital social, é dinheiro de nós todos, cidadãos da UE, na proporção da riqueza de cada país. Assim, à Alemanha correspondeu 20% do total. Os 17 países da UE que aderiram ao euro entraram no conjunto com 70% do capital social e os restantes 10 dos 27 Estados da UE contribuiram com 30%.
E É MUITO, ESSE DINHEIRO?
- O capital social era 5,8 mil milhões de euros, mas no fim do ano passado foi decidido fazer o 1º aumento de capital desde que há cerca de 12 anos o BCE foi criado, em três fases. No fim de 2010, no fim de 2011 e no fim de 2012 até elevar a 10,6 mil milhões o capital do banco.
ENTÃO, SE O BCE É O BANCO DESTES ESTADOS PODE EMPRESTAR DINHEIRO A PORTUGAL, OU NÃO? COMO QUALQUER BANCO PODE EMPRESTAR DINHEIRO A UM OU OUTRO DOS SEUS ACCIONISTAS.
- Não, não pode.
PORQUÊ?!
- Porquê? Porque... porque, bem... são as regras.
ENTÃO, A QUEM PODE O BCE EMPRESTAR DINHEIRO?
- A outros bancos, a bancos alemães, bancos franceses ou portugueses.
AH, PERCEBO, ENTÃO PORTUGAL, OU A ALEMANHA, QUANDO PRECISA DE DINHEIRO EMPRESTADO NÃO VAI AO BCE, VAI AOS OUTROS BANCOS QUE POR SUA VEZ VÃO AO BCE.
- Pois.
MAS PARA QUÊ COMPLICAR? NÃO ERA MELHOR PORTUGAL, A GRÉCIA OU A ALEMANHA IREM DIRETAMENTE AO BCE?
- Bom... sim... quer dizer... em certo sentido... mas assim os banqueiros não ganhavam nada nesse negócio!
AGORA NÃO PERCEBI!!...
- Sim, os bancos precisam de ganhar alguma coisinha. O BCE, de Maio a Dezembro de 2010, emprestou cerca de 72 mil milhões de euros a países do euro, a chamada dívida soberana, através de um conjunto de bancos, a 1%, e esse conjunto de bancos emprestaram ao Estado português e a outros Estados a 6 ou 7%.
MAS ISSO ASSIM É UM "NEGÓCIO DA CHINA"! SÓ PARA IREM A BRUXELAS BUSCAR O DINHEIRO!
- Não têm sequer de se deslocar a Bruxelas. A sede do BCE é na Alemanha, em Frankfurt. Neste exemplo, ganharam com o empréstimo a Portugal uns 3 ou 4 mil milhões de euros.
ISSO É UM VERDADEIRO ROUBO... COM ESSE DINHEIRO ESCUSAVA-SE ATÉ DE CORTAR NAS PENSÕES, NO SUBSÍDIO DE DESEMPREGO OU DE NOS TIRAREM PARTE DO 13º MÊS.
- As pessoas têm de perceber que os bancos têm de ganhar bem, senão como é que podiam pagar os dividendos aos accionistas e aqueles ordenados aos administradores que são gente muito especializada.
MAS QUEM É QUE MANDA NO BCE E PERMITE UM ESCÂNDALO DESTES?
- Mandam os governos dos países da zona euro. A Alemanha em primeiro lugar que é o país mais rico, a França, Portugal e os outros países.
ENTÃO, OS GOVERNOS DÃO O NOSSO DINHEIRO AO BCE PARA ELES EMPRESTAREM AOS BANCOS A 1%, PARA DEPOIS ESTES EMPRESTAREM A 5 E A 7% AOS GOVERNOS QUE SÃO DONOS DO BCE?
- Bom, não é bem assim. Como a Alemanha é rica e pode pagar bem as dívidas, os bancos levam só uns 3%. A nós ou à Grécia ou à Irlanda que estamos de corda na garganta e a quem é mais arriscado emprestar, é que levam juros a 6%, a 7 ou mais.
ENTÃO NÓS SOMOS OS DONOS DO DINHEIRO E NÃO PODEMOS PEDIR AO NOSSO PRÓPRIO BANCO!...
- Nós, qual nós?! O país, Portugal ou a Alemanha, não é só composto por gente vulgar como nós. Não se queira comparar um borra-botas qualquer que ganha 400 ou 600 euros por mês ou um calaceiro que anda para aí desempregado, com um grande accionista que recebe 5 ou 10 milhões de dividendos por ano, ou com um administrador duma grande empresa ou de um banco que ganha, com os prémios a que tem direito, uns 50, 100, ou 200 mil euros por mês. Não se pode comparar.
MAS, E OS NOSSOS GOVERNOS ACEITAM UMA COISA DESSAS?
- Os nossos Governos... Por um lado, são, na maior parte, amigos dos banqueiros ou estão à espera dos seus favores, de um empregozito razoável quando lhes faltarem os votos.
MAS ENTÃO ELES NÃO ESTÃO LÁ ELEITOS POR NÓS?
- Em certo sentido, sim, é claro, mas depois... quem tem a massa é quem manda. É o que se vê nesta actual crise mundial, a maior de há um século para cá. Essa coisa a que chamam sistema financeiro transformou o mundo das finanças num casino mundial, como os casinos nunca tinham visto nem suspeitavam, e levou os EUA e a Europa à beira da ruína. É claro, essas pessoas importantes levaram o dinheiro para casa e deixaram a gente como nós, que tinha metido o dinheiro nos bancos e nos fundos, a ver navios. Os governos então, nos EUA e na Europa, para evitar a ruína dos bancos tiveram de repor o dinheiro.
E ONDE O FORAM BUSCAR?
- Onde havia de ser!? Aos impostos, aos ordenados, às pensões. De onde havia de vir o dinheiro do Estado?...
MAS METERAM OS RESPONSÁVEIS NA CADEIA?
- Na cadeia? Que disparate! Então, se eles é que fizeram a coisa, engenharias financeiras sofisticadíssimas, só eles é que sabem aplicar o remédio, só eles é que podem arrumar a casa. É claro que alguns mais comprometidos, como Raymond McDaniel, que era o presidente da Moody's, uma dessas agências de rating que classificaram a credibilidade de Portugal para pagar a dívida como lixo e atiraram com o país ao tapete, foram... passados à reforma. Como McDaniel é uma pessoa importante, levou uma indemnização de 10 milhões de dólares a que tinha direito.
E ENTÃO COMO É? COMEMOS E CALAMOS?
- Isso já não é comigo, eu só estou a explicar...
Ora vejam só isto!!! Esta medida hoje anunciada foi por mim proposta, há mais de um ano, através do site do programa Simplex do governo Sócrates. Nunca me responderam. Nada de feedback.
Agora reaparece com a chancela do governo democrata!!! Andaram a espreitar a caixinha das sugestões socialista que ficou para trás? NUNCA ouvi nada no panorama político nacional ou internacional sobre este conceito. Repito: eu propus ao Sr. Sócrates uma medida inovadora fudamentada em convições pessoais. Nada de plágios. No entanto vejo que os democratas não têm qualquer pejo em fazer sua a mercadoria. Bem, pelo menos que a apliquem aproveitando todo o seu potencial.
A base da fatura eletrónica é um passo importante. Todavia, o fundamental passa pelo conceito do retorno ao contribuinte.
Vejamos: eu pessoalmente poucas vezes peço a fatura num restaurante (para quê), da oficina de mecânica (fica mais barato), nunca a peço do próprio pão que adquiro todos os dias (comodismo), ou até mesmo de um simples café.
Se tudo isto fosse dedutível, ou seja, desse um retorno ao contribuinte, as pessoas imediatamente exigiriam a emissão da fatura para levar. Eu falo por mim, se o café que tomo todos os dias desse para deduzir, passava a solicitar religiosamente a fatura desse café. É certo que um só café é irrisório, mas se juntasse de todos os cafés que tomo ao longo de um ano inteiro, e todo esse valor tivesse algum retorno, por pouco que fosse, alterava radicalmente os hábitos.
Já referi esta alternativa para cobrança dos impostos a muita gente, e de início diziam-me que era inexequível, que nunca iria resultar. Vejamos então o que sucede.
Quanto às vozes de fundo que surgirão em protesto eu só lhes digo: se reclamais é porque não costumais pagar os vossos impostos, porque quem os paga só tem a aplaudir esta medida, pois ainda vão colher alguma receita extraordinária, e principalmente, se todos pagarem irá certamente baixar a contribuição que é exigida àqueles que pagam certinho. É claro, não o nego, que muitos dos que pagam religiosamente não têm outra alternativa, em muitos dos casos porque o próprio estado é o patrão. Mas também é a estes que estão a ser cortados os subsídios de natal e de férias.
Estou farto de ver indivíduos que têm negócios rentáveis e pouco declaram, alguns tão pouco que ainda são subsidiados pelo estado!!! É ridículo. Estas pessoas roubam diariamente não só o estado mas também os outros que descontam para eles. É tempo de acabar com a mamuje.
A ideia no seu âmago é bem simples: para evitar a fuga aos impostos por parte de quem tem negócios, é tornar cada cidadão um fiscal autónomo a trabalhar para o estado. Isto porque todos esses cidadãos passam a ter uma motivação para o fazer.
Aqui fica então a notícia que saiu hoje acerca do assunto no site da Rádio Renascença.
Sou franco. Apesar de reconhecer toda a qualidade inerente à atual equipa do Barcelona, não simpatizo com variados aspetos, como a arrogância de muitos dos seus jogadores, a atitude deliberadamente protecionista que as entidades oficiais lhes facultam, toda a excessiva mediatização de talento puro e angelização, conquanto os demais são diabolizados e denegridos.
Posto isto, é óbvio que apoiei o FC Porto nesta partida para a Supertaça 2011.
Quanto ao penálti, ninguém tem dúvida, excetuando aqueles que por algum motivo particular opinam hipocritamente.
No entanto, achei muitíssimo interessante a reação dos dirigentes portistas nos seus protestos quanto a esse polémico caso do penálti. Por cá, ainda está quente a controvérsia gerada no caso do Sporting, nas primeiras jornadas do campeonato. Após as reclamações leoninas, ouviu-se ainda recentemente o líder azul e branco, o Sr. Pinto da Costa, inchado por um ego desmedido, a criticar os dirigentes leoninos devido à sua posição de protesto aos recorrentes erros das arbitragens.
Surge o reverso da medalha em boa hora. Cá se fazem, cá se pagam. Eis o castigo divino pelo pecado original. Quem tanto tem sido beneficiado dentro de portas por arbitragens tendenciosas, mas que vão passando como "erros de julgamento natural" de qualquer árbitro, agora sofre na pele, com a mesma arma com que normalmente inflinge.
Não direi que lamento. Não. A dor da injustiça atinge a qualquer um. Quem demonstra insensibilidade perante os legítimos protestos dos outros e ainda ironiza sobre as suas lamentações, não merece diferente destino.
Quiçá ainda sobre um pouco deste veneno divino para outros que enveredam submissamente pelo mesmo caminho de sarcasmo e hipocrisia sobre as reclamações fundadas de outros.
Que o presidente Rui Alves não as pensa devidamente, já é público. Que é vassalo azul e branco, não é novidade. Portanto já não surpreende quando se espalha ao comprido em declarações sem qualquer crédito ou valor.
Moeda ao ar,... e saiu a outra face.
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