Nunca na história da humanidade as pessoas foram tão condicionadas como são hoje. Ironicamente, a visão que têm do mundo espelha precisamente o contrário. Pensamos que vivemos em liberdade, quando somos escravizados pelo atual sistema. Por exemplo, não podemos ter um terreno e cuidar da nossa vida sem interferências da sociedade, pois pedem-nos impostos sobre os imóveis, pedem-nos licenças para construir qualquer infraestrutura dentro do que é nosso, pedem-nos licenças para fazer um poço para água, exigem-nos que integremos os nossos filhos na sociedade através das escolas... não há nada que se possa fazer nem nenhum estilo de vida que se queira adotar hoje em dia que não seja controlado pela sociedade.
Quanto à sociedade, é sujeita à democracia. A democracia por sua vez é associada automaticamente a liberdade. Nada mais errado.
Nunca ouviram um político a dizer que é a favor da liberdade? Ele não se refere à liberdade do indivíduo, mas sim à liberdade do mercado, dos interesses financeiros, à liberdade de atuação e de imposição à generalidade da população mundial das regras de escravatura a que estas estão cada vez mais sujeitas.
Este é o nosso caso atual. O acordo aprovado em sede de concertação social conduz-nos nesse sentido. E o povo acomoda-se, "O que podemos nós fazer?", perguntam muitos, "É inevitável", dizem outros. O povo está neste momento sujeito a um descontrolo da própria máquina do mercado. A exponencialidade no aumento do lucro descontrolou-se, levando à atual crise, levando às nações a escravizar o seu povo no intuito de cumprir com as normas vigentes do mercado. Errado! Nada disto surtirá o efeito que alvitram. O pobre continuará a trabalhar toda a vida para pagar uma dívida que não existe, criada pelos conceitos do mercado livre, pagando juros para a minoria. Essa minoria, cerca de um por cento da população mundial, sem nada fazer, viverá dos juros de bens que já detêm, sendo que esses juros provêm do dinheiro que nos emprestam para pagarmos dívidas fictícias.
Que dívidas são essas? São oriundas do próprio mercado livre, das normas que o regem. São regras criadas por poucos para seu próprio benefício. Mas a genialidade destas criaturas não está propriamente na bem oleada máquina atual do mercado livre. O bílis encontra-se na implementação das subculturas.
O que é isso de subcultura? É o enraizamento no comportamento dos seres humanos de determinada conduta. Há o racismo, a xenofobia, o ódio aos judeus, a cristãos e muçulmanos, tudo produto da implementação de subculturas. Ódio? Ódio a quê? Perguntem a um americano qual é o melhor país do mundo? Dirá que é os US. Perguntem-lhe se já esteve ou conhece a França? Dirá que não. E a Inglaterra? Não. E o Japão? Não. Então baseado em o quê que afirma que os US é o melhor país do mundo? A incapacidade de resposta gerará uma reação violenta à vossa abordagem.
No nosso caso atual, a subcultura é a submissão à forma como a política gere o nosso destino... se somos imensuravelmente mais do que aqueles que nos oprimem, porque não dizemos chega? Porque foi-nos encutido desde pequenos que é desta forma que o mundo funciona, porque os miúdos são ensinados já na primária a poupar e a sujeitar a sua vida aos rendimentos disponíveis, à sujeição a trabalhos repetitivos em troco dum prémio que é o dinheiro, à sujeição dos impostos como verdade incontornável. Fomos ensinados a ser submissos à política, ao mercado livre, a que isto é o melhor para todos. Melhor para todos????
Compreende-se contudo que a democracia não é mais do que uma passagem, tal como o feudalismo, ou o despotismo nos primórdios. É evolução, e como tal irá tornar-se obsoleta perante novas formas de organização social que um dia surgirão.
O mundo poderá realmente acabar este ano... para a democracia e para o mercado livre.
Enquanto houverem vozes que se ergam deste modo, sem papas na língua, e falem com a própria boca do povo, ainda há esperança.
Vergo-me à colossal postura deste Senhor, pois é desde agora para mim um ícone vivo dentro do antro da política. Pena é que não seja português... votava nele de olhos fechados, porque quem fala dos seus congéneres desta forma, não está condicionado por sociedades semi-secretas ou por lobbys interesseiros.
Presidente: - Votem em mim, dar-vos-ei um Jeep novinho em folha, só para vocês que trabalhais tanto.
O povo rejubila.
Zeca do Talho: - E para a minha mulher, arranja trabalho?
Presidente: - Abrirei vagas no pelourinho municipal, dando emprego direto a sessenta pessoas e indireto a mais de cento e cinquenta.
Quatro meses após a vitória nas eleições.
Zeca do Talho: - Senhor presidente, ainda bem que o encontro. Era para falar da minha mulher, ainda está desempregada.
Presidente: - Não há vagas abertas de momento.
Zeca do Talho: - Mas tinha-me prometido se votasse em si.
Presidente: - Pois prometi, e abriram oitenta vagas diretas para o município.
Zeca do Talho: - O que se passou então?
Presidente: - Prometi a si, e a todos os outros também.
Urge combater o stress e levantar o moral dos portugueses nestes tempos conturbados em que vivemos as mais letais medidas anti-democracia de sempre em Portugal.
Apertei tanto o cinto que parti a bacia. Como agora encontro-me paralisado na cama a recuperar, já nem posso efetuar uma transa ibérica, limitando-me exclusivamente a receber tratamentos da enfermeira à base de felatio.
Mas há quem nem tenha cinto. Uma jovem vizinha cá do prédio usava apenas tanga há já tanto tempo, que nos dias que correm nem isso tem. Coitadinha. Os putos da rua podiam gritar "o Rei vai nu", mas os malandrecos...
Vai daí que resolvi sugerir algumas medidas extra que deveriam ser incluídas no pacote da troika, pois afinal de contas para quem já excedeu em muito o que estava previsto no memorando, também não se importará de acrescentar mais estas. É para o bem da saúde e da produtividade nacional.
Lá no nosso Jardim, havia madeira com abundância. Um dia fomos lá ver o terreno, mas a madeira estava cheia de bicho, possivelmente o tal nemátodo da madeira do pinheiro, oriundo da China. Ouvi dizer que é pior do que os incêndios. Também do oriente só vem o que é ruim!
Com tantos buracos na madeira, aquilo desvalorizou descomunalmente. Agora ainda há que pagar o tratamento da madeira que se consegue aproveitar. E o tratador da madeira? O gajo safa-se assim? Se era pago para salvaguardar a madeira lá do nosso jardim, então tem responsabilidades a assumir.
Mas os arrendatários lá da terra dizem que até é um gajo porreiro! Querem que continue.
É pá, desculpai lá mas assim não pode ser. Ou nós ou ele. Ele errou grosseiramente, tem que ser despedido. Se quereis que continue lá, então comprai o terreno e fazei dele o que quiseres. Decidei-vos.
Num tom menos sarcástico, a verdade é que está na hora do povo madeirense decidir definitivamente o que quer. O Alberto é dirigente e causou a ruína. Tem que ser responsabilizado. Se os madeirenses voltaram a confiar-lhe a maioria absoluta, está na hora dos madeirenses serem ouvidos em referendo sobre a independência do arquipélago.
Se a preferirem, deiam-lha.
Se optarem pelo não à independência, então haverá mais legitimidade para, no mínimo, exigir rigor ao Sr. Alberto João Jardim e exigir-lhe lealdade à pátria. Já por diversas vezes ele cometeu o crime de Traição à Pátria, previsto no código penal, ao proferir declarações de teor separatista, num claro desrespeito pela soberania global da nação.
Sobre este assunto, lamento ainda não ter ouvido uma só palavra do nosso chefe supremo das forças armadas, o Presidente Cavaco Silva, que é a garantia principal da soberania e união da nação portuguesa. Falhou por inécia.
Referendo aos madeirenses, já.
Há momentos na história da humanidade que marcam em definitivo uma mudança na conceção da estrutura da hierarquia. O povo de hoje possui algo que nunca antes havia detido: conhecimento. Sim, o povo, os plebeus, têm o conhecimento ao seu dispor a cada esquina, têm frequência escolar e universitária antes reservada a determinadas classes, têm consciência crítica e construtiva, têm potencial imaginativo e criativo. A massa tem hoje todas as condições para questionar com fundamento as atitudes erróneas ostentadas pela elite dominante. Nunca antes isto sucedeu.
Esta é a atual realidade e dela derivará a mudança que está para advir. Não tenhais dúvidas que a sociedade hierarquizada tal como conheceis tem os dias contados. Uma nova estrutura de poder se sobrelevará. Há quem a associe a anarquia, há quem a apelide de golpe de estado, haverá sempre vozes de fundo do restelo.
O amanhã é uma variável, sempre o foi. Comuta consoante as alterações se vão perspetivando. Não temais, pois além dos tempos conturbados que acompanharão a mudança, surtirá um futuro mais auspicioso e equilibrado.
Uns chamavam ao cantor John Lennon de visionário, muitos chamavam-lhe de louco, mas acredito piamente que um dia não haverá barreiras de países, de religiões, de línguas ou de culturas. Não haverá lutas por dinheiro ou posses, cada um tomará somente o que precisa. Eis uma visão que atualmente é puramente utópica, mas é minha convição que será um dia realidade.
Recentemente durante uma conversa com um meu conhecido, o mesmo dizia claramente que o mundo precisa de explorados e exploradores, de ricos e de pobres, de dominadores e submissos. Eu respeito todas as opiniões, mas repugno este princípio. É verdade que há elites que exploram, é verdade que há quem morra de fome ou de doenças facilmente curáveis, mas esta realidade não permanecerá eternamente.
O povo em todo o mundo está febril. Em Portugal ainda não aconteceram distúrbios de monta. Mas o fim da bonança aproxima-se galopante. O nosso marco do 25 de Abril poderá em breve ser uma efeméride menor no panorama da luta pela liberdade e igualdade. O governo democrata está a enveredar a passos largos pelo abismo, vetando qualquer alternativa. O país está numa situação calamitosa, precisa urgentemente de medidas drásticas, mas determinar tais medidas como exclusivo de alguns setores, irá trazer uma fatura que o próprio governo social-democrata não poderá sustentar. Querem? Sejam sérios, tenham-nos no sítio, pois se carregais sobre o povo tendes que ter coragem de fazer o que sempre apregoastes: carregar igualmente nos abastados, distribuindo os sacrifícios. Só assim podereis aguentar esta empreitada de cortes até ao seu término.
Recusar a tributação extraordinária sobre quem mais tem e de seguida cortar cegamente nos subsídios de natal e de férias é de quem não tem consciência humana, nem sequer de estratégia política. Preferem claramente ter o apoio dos lobbys com meios financeiros, que suportam as suas campanhas e até os seus bolsos, do que ter o apoio das massas. E porque haveriam eles de fazer diferente? A máquina propagandista partidária assegura-lhes nas eleições os votos necessários! Nada mais precisam do povinho. Estais errados. O povo que não engole as patranhas que o governo faz passar através da comunicação social, irá em breve alcançar o ponto de rutura. Este governo, tal como os predecessores, são caraterizados pela inércia, pela reação à prevenção, e neste caso não creiem que o pacato povo se possa revoltar ao ponto de inclusive causar o derrube do próprio poder. Mas ouçam ó vozes do Olimpo, esse dia está a chegar, galopante como o vento, eis que está a chegar.
Há dias que sondava a blogosfera à procura duma faísca, dum aguilhoar das emoções que despertassem a ânsia de saber mais, de ler mais, de querer tudo.
Vasculhei por entre os links associados aos blogs de maior estatuto, naqueles que mais prezo o conteúdo. Procurei infrutiferamente por entre o trigo e o joio. A busca levou-me inclusive a entrar nos locais menos prováveis: o insipiente destaques do Sapo. Procurar onde a futilidade impera é por norma perder tempo, mas procurar por ouro onde nunca o houve é prospeção. Lá me convenci. Senti-me um garimpeiro ao encontrar a primeira pepita num curso de água turva. Eis que havia achado os "Alunos do Liberalismo".
Não nego que o mais recente artigo de opinião que lá se encontrava me cativou sobremaneira. "O Mercado" está magistralmente escrito. A abordagem é bastarda de Pessoa e Keynes, tão bela como eloquente. A empreitada de Gustavo Gouveia vem dar razão à temática, visto que as massas começam a reconhecer valor no conteúdo dos Alunos do Liberalismo. Afinal, essa é a máxima do mercado democrático, a possibilidade de participação ativa do proletariado. De preferir A a B, contrariando a opinião especializada duma elite.
Os alunos são matéria prima para o Gangster do Colarinho Multicor. Qual será a cor do colarinho deles?
Gustavo foi capaz de elevar o blog em que é colaborador, tornando sublime aquele espaço de irreverência. De fato, os Alunos do Liberalismo são ginástica para a mente irrequieta. Uma breve leitura de cinco minutos energiza a capacidade cognitiva, acelerando o raciocínio.
Há mais vida além d'O Mercado. Os demais artigos são relevantes literariamente e tempestivos no quotidiano. Todavia não reprimo a apetência pela assinatura de Gustavo Gouveia, nem de que é a jóia da coroa dos Alunos do Liberalismo. Numa analogia popular diria que este blog é um Real Madrid e Gustavo é o seu CR9.
Destaco ainda a rubrica de citações e análise de Pedro Moreira... belíssimo trinco. As suas intervenções, que tive oportunidade de ler, pautam-se por uma polémica incisiva, visando as influências deletérias das oligarquias. Pois pensando bem, "During times of universal deceit, telling the truth becomes a revolutionary act.".
Apreciei "A threat to the Establishment" composto por três vídeos do Jon Stewart Daily Show sobre uma entrevista ao ultraliberal Ron Paul.
Reconheço que visualmente o espaço em apreço não é muito apelativo, ostentando poucas imagens e sendo parco em apetrechos mas este é um típico caso de patinho feio com coração de ouro. Bem vistas as coisas, o floreado seria apenas distração para a verdade derramada nos pixéis do blog.
Mais abaixo na página, estranhei o afinco da exibição de ambos os nomes supracitados na assinatura dos trabalhos publicados, isto num blogue que conta com, salvoerro, dezoito colaboradores! Quase todos os artigos são da autoria dum dos dois, particularmente de Gustavo Gouveia. Após fugaz espreitadela no perfil, descubro que se trata dum jovem de somente vinte e três anos!!! Fiquei boquiaberto.
Não considerava humanamente viável que algum ser tão jovem fosse capaz de alcançar tal nível de lucidez e esclarecimento. Para validar a minha primeira opinião, li outro artigo de nome "Dez anos Depois". Li não, devorei. Extravasa a minha compreensão que tal mestria e aptidão para a palavra e ciência política, pudesse advir tão precocemente sem o essencial empirismo.
Desconheço qual a atividade laboral desta pessoa ou qual a sua área de estudo, mas considero que tal arte no manejo literário, na análise política atual e visionária, e semelhante fidelidade aos preceitos do liberalismo e da essência da democracia, somente pode vir dum prodígio, de alguém radicalmente fora dos padrões rudimentares.
Vergo-me ao superior talento deste jovem no campo duma blogosfera em crescendo, mas ainda empobrecida. Exorto aos media que eventualmente tomem conhecimento deste artigo, para indagarem-se quão verdade é este rol laudativo, e que aguçada quanto baste a curiosidade, vasculhem nos "Alunos do Liberalismo" pelas rubricas que mencionei. Não tenho qualquer dúvida que após validarem o meu panegírico, este jovem será alvo de demanda do mercado.
Por conseguir com a excelência dos seus trabalhos banalizar os mais conceituados blogues de análise política e económico-financeira, o blog "Alunos do Liberalismo" é destacado aqui como o vencedor do "2º Bloscar do Gangster".
Os meus sinceros parabéns a todos vós que aí trabalhais e continuai a libertar a verdade para o mundo.
Do site "Económico" do Sapo.
«O investidor multimilionário George Soros sugere, em entrevista ao Der Spiegel, que Portugal e Grécia devem abandonar a zona euro.
"O problema grego foi tratado tão mal que a melhor coisa a fazer neste momento seria uma saída ordeira" da zona euro e da própria UE, propõe Soros, em entrevista à revista alemã Der Spiegel, citada pela AFP.
O investidor, que ficou famoso por em tempos ter feito tremer o Banco de Inglaterra, com manobras especulativas na bolsa, propõe exactamente o mesmo caminho para Portugal, defendendo que, assim, "a UE e o euro sobreviveriam".
Nessa entrevista, Soros volta a falar na necessidade de os países da zona euro chegarem a acordo sobre a emissão de eurobonds (títulos de dívida europeus). "Quer queiramos ou não, o euro existe. E para que possa funcionar de forma correcta, os países da zona euro devem ser capazes de refinanciar uma grande parte das suas dívidas nas mesmas condições", justificou.
O multimilionário dos mercados, que é muito crítico da posição alemã contra a criação de um esquema de emissão de obrigações europeias, sublinhou também ao Der Spiegel que não tem uma intenção especulativa contra o euro. "Não estou certamente a apostar contra o euro", assegurou, explicando que "os chineses estão muito interessados numa alternativa ao dólar e farão tudo o que for preciso para ajudar os europeus a salvá-lo [a moeda única]".
George Soros conta com uma carreira de 40 anos de investimentos nos mercados, cujo ponto mais alto foi a aposta contra a libra esterlina, em 1992, que rendeu mil milhões de dólares.»
Não. Recuso em absoluto a simples sugestão de que devemos abandonar a zona euro agora. Fomos usados e explorados por este eurocapitalismo, o país foi arrastado para um estado letárgico, deixaram-nos nas lonas. Agora querem despejar-nos? Não. Recuso-me. Exijo o retorno em ajuda monetária por toda a calamidade que trouxeram a esta nação. Recuso-me a sair de mãos a abanar, sem contrapartidas, depois de tirarem o pouco que tinhamos.
Sempre fui contra os métodos e imposições destes invasores, contra o seu pseudo-liberalismo que servia exclusivamente para camuflar uma nova ordem ditatorial dos seus mercados. Mas agora não irão sair assim sem assumir as responsabilidades. Porque sim, a Europa tem responsabilidades no que aconteceu à Grécia e a Portugal.
Quanto a este parasita financeiro, este tal de Soros, aproveito para transmitir-lhe uma mensagem pessoal, num português do povo, que se adequa a este caso como nenhuma outra expressão erudita podia fazer: vai prá puta que te pariu, seu filho da puta. Tenho dito.
Pelo desabafo, peço desculpa aos demais leitores que muito estimo e prezo, mas há momentos na vida que alma grita mais alto do que a razão.
Do site "Económico" do Sapo, por Mafalda Aguilar:
Para engordar os cofres do Estado, o governo italiano decidiu lançar uma campanha publicitária contra a evasão fiscal.
'Parasita da sociedade'. Foi este o 'slogan' escolhido para sensibilizar os cidadãos contra a evasão fiscal, numa altura em que o país enfrenta sérias dificuldades orçamentais.
A campanha arranca hoje na televisão e rádio e em ‘outdoors' nas principais estações de comboios e aeroportos de Roma e Milão.
Na campanha, que se prolongará até Setembro, são exibidos pequenos parasitas, surgindo em grande plano um homem a olhar fixamente para uma câmara. A legenda diz apenas Parasita da Sociedade.
No anúncio, uma voz off afirma: "Quem vive à custa dos outros prejudica todos. Derrotar a evasão fiscal é do teu interesse".
O Berlusconi pode ser controverso, mas estou convicto que em verdade, quem foge aos impostos é efectivamente um "Parasita da Sociedade". Usualmente os que aplaudem a evasão fiscal, são os que a praticam.
Eu não fujo, sempre paguei. Se todos pagássemos, o país estava francamente melhor. Os que optam por essa via são os que melhor se encontram na vida. São aqueles que recebem subsídios do estado por declararem auferir rendimento mínimo. São os que têm negócios rentáveis e que lhes permite a dita fuga: é o café do qual não é emitido recibo, é a oficina de mecânica que faz o serviço sem acrescento do imposto, é a loja que vende por fora, é o carpinteiro, o electricista, o canalizador, o técnico de informática, o explicador de línguas, é o quiosque, são os trabalhos a dias, são todas estas pequenas empresas e serviços que caminham no limbo da lei, arredando o estado de valores que irá extorquir àqueles que já tinham pago a sua cota parte.
Eu pago mais por aqueles que não pagam. Vós nesta situação,... sois uns PARASITAS DA SOCIEDADE.
É uma ladainha comum ouvir dizer que é fácil apontar os problemas mas que quanto às soluções ninguém as apresenta.
Pois bem, a pensar precisamente nessa situação foi elaborada aqui, após muita prospeção, uma lista de profissionais a soldo, daqueles que "fazem o trabalho", com garantia, sem perguntas.
Fica então esta oferta patriota, sem custos, onde o novo elenco governativo pode debruçar-se e avaliar os prós, pois os contras são quase ínfimos, tal a qualidade aqui reunida.
A-Team: talvez, se conseguisse encontrá-los, devesse o nosso governo desenvolver esforços a fim de contratar este staff de recursos humanos para solucionar esta crise. Os únicos à altura da espinhosa tarefa, sobejamente conhecidos por A-Team. Para quem questione o real significado de A-Team, ficam a saber que se trata simplesmente dum anacronismo: Aonde Todos Erram, Acertamos a Matar.
Vale e Azevedo: com última morada conhecida em Inglaterra, este homem é especialista em fraude, camuflação de off-shores, e reconhecido ainda por um vasto leque de trapaças e vigarices subtis que comprovam que o português pode estar ao mais alto nível dos padrões europeus. Tais dotes seriam certamente úteis ao nosso governo, de modo a que para variar fizéssemos em vez de nos fazerem.
Fátima Felgueiras: com amplo conhecimento geográfico das terras de Vera Cruz, esta mulher é perita na arte das luvas, garantindo ao visado uma saída airosa para o Brasil no caso de qualquer contratempo. Esta é a mulher perita em absolvições nos corredores da justiça, garantindo inviolável a imunidade dos seus clientes.
Paulo Pedroso: apesar de subsistirem dúvidas acerca do seu real papel nesta organização, este homem apresenta-se formalmente como político profissional, diplomata encarregue de ser a face política perante a comunicação social, de toda a estrutura envolvente.
Valentim Loureiro: com amplos conhecimentos dentro das forças armadas, este homem é um contacto incontornável para o sucesso de qualquer operação financeira menos funcional, que requeira uma intervenção mais musculada. O major dá cartas igualmente em determinados concelhos do litoral norte, onde a sua influência é crucial.
Casal Mcann: peritos na camuflagem, não há lavagem de dinheiro que possa vir a público. São dois, são um casal, são Bonnie & Clide do século XXI.
Gangue da Retroescavadora: deitam a mão na massa como mais ninguém, sem no entanto serem capturados ou sequer identificados. Nesta altura, é mesmo o que Portugal precisa: deitar a mão na massa.
Bibi: protagonista como duplo em "Correio de Risco", este é o homem certo para uma fuga de emergência. Para garantir o sucesso, há que ter um condutor capaz de transportar os clientes.
Dona Branca: com esta diva, a Europa tremeria. Perita na arte de emprestar o dinheiro dos outros, obtendo lucros exorbitantes. Faz omoletes sem ovos. Quando a Europa ainda nem sonhava sequer em aplicar a Portugal e à Grécia este esquema, já a mulher era uma lenda no campo em questão.
Pinto da Costa: o pilar de toda a equipa, o padrinho onde todos se vergariam. Este homem não sabe o que é falhar. Não olha a meios para atingir os objectivos, olha somente para os resultados. Não verga, não teme, não deixa farpa por responder. Controla magistralmente dentro e fora das normas, satisfazendo as necessidades mais básicas dos seus clientes.
Eis uma pérola do Gangster, composta por diversos Gangsteres de elevada craveira, pronta a servir o país... e a vergar a Europa.
Vencedores do Bloscar do Gangster
2º Bloscar - Alunos do Liberalismo
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