Enquanto houverem vozes que se ergam deste modo, sem papas na língua, e falem com a própria boca do povo, ainda há esperança.
Vergo-me à colossal postura deste Senhor, pois é desde agora para mim um ícone vivo dentro do antro da política. Pena é que não seja português... votava nele de olhos fechados, porque quem fala dos seus congéneres desta forma, não está condicionado por sociedades semi-secretas ou por lobbys interesseiros.
Antes foi assim...
Agora é assim...
O IV Reich já se encontra entre nós, mas desta feita a máquina propagandista foi substituida pela bem mais eficaz máquina capitalista. Os alemães perderam a guerra que eles próprios encetaram com propósitos económicos, e aprenderam bem a lição com os seus inimigos, adotando agora a oleada e eficaz camuflagem do modelo da economia atual.
Ninguém aceita ideias novas pela força. É preciso apresentar as mudanças de forma subliminar e sugestiva, deixando as pessoas interiorizarem-nas, pois deste modo a sugestão irá ser aceite sem contestação e nem será minimamente posta em causa.
É precisamente o que sucede no caso do império do capitalismo. Nascemos dentro deste meio e a maioria de nós nem sequer põe em causa o seu funcionamento.
O povo alemão tem-se mostrado inconformado com os avultados empréstimos cedidos à Grécia e a Portugal. No entanto, os juros exacerbados que lhes estão associados levarão a receitas recorde para o seu orçamento. Só há ganhos. No improvável, digo eu, caso dos países endividados não repagarem os valores em falta, os credores irão pedir o dinheiro junto das garantias que foram apresentadas. Não há risco, isto é negócio puro e duro, de exploração não só de economias mais débeis, mas igualmente de governos sem pulso.
Como sabem, isto não foi criado da noite para o dia. Para que os países chegassem a este ponto de endividamento, foi necessária uma preparação a longo prazo. Daí a imposição de cotas, ou seja de limites à produção através da exploração dos recursos destes países. Adveio que estes tiveram que adquirir o que não podiam produzir às nações onde as cotas continuavam a permitir um excesso de produção.
Lucro fácil para alemães e companhia. Dívida fácil para Grécia e companhia. Antes a Alemanha e companhia pagavam à Grécia e companhia para não produzir, agora emprestam para finalmente cobrar os dividendos, que se juntam ao lucro obtido anteriormente pelas exportações extraordinárias, e que ainda se mantêm pois na Grécia também é preciso comer e já não têm estrutura para suportar tal produção.
Observem a primeira imagem, do III Reich, onde se pode observar que a Grécia lá se encontra. Não conseguiram à primeira, mas o bom aluno retornou poucas décadas depois com uma nova abordagem, e lá conseguiu subjugar os infelizes gregos. Para mal dos nossos pecados, também fomos enrolados desta feita. Apesar de por princípio ser contra a ditadura cega de António Salazar, dou a mão à palmatória neste aspeto, que ele soube gerir magistralmente o nosso afastamento do declínio. Já nessa altura, a miséria e a desgraça de uns foi o mote para o enriquecimento de outros, incluindo Portugal que aproveitou para guarnecer o stock de ouro. Todavia desta vez não temos uma pessoa pragmática a conduzir os destinos da nossa nação, mas sim uns pobre tolos, iludidos por discursos europeus de glória e prosperidade, de um futuro de irmandade e igualdade, em que todos juntos prosperamos: caíram no goto da camuflada máquina propagandista do IV Reich.
Como se encontra ilustrado na segunda imagem, Merkel propõe para os demais o que não faz na Alemanha. Não faz porque não precisa. Não precisa porque nós os sustentamos, desde as exportações dos últimos 20 anos, e agora a pagar os empréstimos solidários com juros que falam por si, não em irmandade e igualdade, mas sim em subjugação à pseudo-superioridade da raça alemã. Sempre foram nazis, agora somente nazipitalistas.
Só falta mesmo a sublevação para o mundo da voz dum líder, ao bom jeito de Hitler.
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