Desculpem-me, mas não posso ser complacente com a inacreditável ignorância destes pseudo-estudantes. Estes jovens querem licenciar-se? São estes os "doutores" do futuro a quem iremos pagar balúrdios pelos seus conhecimentos especializados?
"Não sou católica", "tudo o que é política não é comigo", "não percebo nada de arte", "de cinema não pesco uma",... mas afinal de contas do que é que percebem estes indivíduos? Será que poderão vir a ser contratados pela indústria cervejeira, ou quiçá pela tabaqueira?
Acordem seus lorpas, que a banca dos vossos progenitores não vai durar para sempre! Vós envergonhais aqueles que realmente estudam e sabem, pois estando eles desempregados correm o risco de serem injustamente confundidos convosco.
Sois a verdadeira apoteose da geração rasca que é admitida na universidade.
É caricato algumas pessoas pretenderem espelhar uma imagem pretensamente madura, com o sacrifício de coisas banais que lhes proporcionam prazer e boa disposição.
Quando a malta se junta e o assunto já secou, quando ficam todos a olhar uns para os outros, a querer matar tempo mas sem nada para entreter, mostram-se a princípio reticentes quando se afigura a possibilidade de desfrutar de um mero jogo. Qualquer um serve desde que agrade: uma suecada ou sobe e desce, um jogo de tabuleiro, uma partida de consola dum jogo de sociedade,... há variadíssimas escolhas dentro de portas que agradam a toda gente. É só escolher. Então porquê a malta, mesmo entre amigos, muitas vezes mostram-se relutantes em preencher o tempo com uma agradável atividade de entretenimento? Este diz que não mas fica por perto à cata, aquele diz que não apetece mas o olhar diz o contrário. Tudo o que é necessário é dois ou três abrirem as hostilidades que aos poucos os "esquisitos" reunem-se em volta do acontecimento. Acho que se trata duma auto-pretensão de ostentar uma imagem de maturidade e experiência a quem a puerícia não desperta réstia de interesse. Isto serve para os vintões e para os cinquentões.
Querer assistir a determinado programa televisivo mas não o fazer perante outras pessoas por temer ser criticado. Querer comer mais à refeição mas temer o escárnio sobre a forma física. Gostar de ópera ou música clássica mas não o divulgar a ninguém. É um rol extenso de restrições sociais.
Querer passar por alguém que não somos, não havendo real necessidade de vestir essa máscara! Que lástima de opção. São somente falsas aparências.
O truque para passar um tempo que nos satisfaça está em fazer o que nos dá prazer. Prá sanita com o disfarce social.
Mesa Marcada é um blog que eu desconhecia, mas queria o destino que tivesse lugar marcado aqui como vencedor do 1º Bloscar do Gangster.
É um espaço dedicado ao orgasmo dos sentidos, harmonizando a sua simbiose através da degustação de manjares e néctares, das bandeiras no desbravamento de restauração ainda desconhecida das massas. Causalidade intensa em satisfação e desejo venéreo, anunciam ao mundo que os restaurantes utópicos sempre existem, são reais, apesar de por vezes a preços surreais.
Espaços encantadores como o restaurante Darwin's Café (em cima) ou o hermético clube de prazer sensorial Green Caterpillar (em baixo), remetem-nos para parques temáticos da culinária, onde as vertiginosas montanhas russas exortam o paladar através de sabores diferentes, invulgares e excitantes. Locais onde a monotomia das refeições diárias é albaroada e a carteira também. Todavia, são locais que enriquecem o nosso empirismo culinário, ou pelo menos adoçam os nossos sonhos. Eu confesso que me deliciei a ver imagens de extravagantes e aparentemente apetitosas iguarias, e a ler avidamente sobre o quão agradável e formidável são todas aquelas maravilhas descritas, ao qual não está alheio o bom gosto lírico dos autores do blog, Duarte Calvão, Miguel Pires e Rui Falcão, capazes de imprimir poesia a produtos caros e colesterizados, mas objeto de desejo. A ornamentação desses espaços é a lingerie dos pratos, exponenciando a já arrebatadora experiência. Ambientes que colocam os clientes descontraidos, libertando hormonas desinibidoras para um posterior escaldante serão a dois.
Deparei-me com beleza,
com desejo,
com exotismo.
No "Mesa Marcada" são abordados os elementos interagentes numa relação de afável coexistência: o vinho e o queijo.
É uma relação de amor à primeira prova deixar-se deleitar pela volutabilidade do sabor de um queijo à medida que se enrola na boca e se envolve cumplicemente na tenacidade frutuosa de um bom vinho.
São revelados os rendez-vous das melhores iguarias, como o vinho no Weinstube de Bernkastel (à esquerda), ou os queijos na Michel Van tricht and Son, em Antuérpia (em baixo), considerada pelo Wall Street Journal como a melhor loja de queijos no mundo em 2010.
Lamentável é que persista o desconhecimento da queijaria portuguesa de qualidade, que com a devida promoção além fronteiras teria todas as condições de ombrear com os produtos internacionais, tal como já sucede atualmente com os vinhos, desde que presentes em provas às escuras (prova de vinhos sem rótulo).
É uma mesa marcada para consumir e comentar sem reservas, aqui ou por entre conversa de café, sem pudor ou tabu, agraciando as virtudes ou ostracizando os pontos negros. Remexam e comentem, açambarquem o blog, abocanhem-no, e descubram uma oferta diferente e de qualidade, abrangendo o que de melhor há na gastronomia.
Definitivamente vale a pena conferir o Mesa Marcada, onde há sempre lugar para mais um.
De Dinis Vieira, parabéns ao blog Mesa Marcada.
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