Há momentos na história da humanidade que marcam em definitivo uma mudança na conceção da estrutura da hierarquia. O povo de hoje possui algo que nunca antes havia detido: conhecimento. Sim, o povo, os plebeus, têm o conhecimento ao seu dispor a cada esquina, têm frequência escolar e universitária antes reservada a determinadas classes, têm consciência crítica e construtiva, têm potencial imaginativo e criativo. A massa tem hoje todas as condições para questionar com fundamento as atitudes erróneas ostentadas pela elite dominante. Nunca antes isto sucedeu.
Esta é a atual realidade e dela derivará a mudança que está para advir. Não tenhais dúvidas que a sociedade hierarquizada tal como conheceis tem os dias contados. Uma nova estrutura de poder se sobrelevará. Há quem a associe a anarquia, há quem a apelide de golpe de estado, haverá sempre vozes de fundo do restelo.
O amanhã é uma variável, sempre o foi. Comuta consoante as alterações se vão perspetivando. Não temais, pois além dos tempos conturbados que acompanharão a mudança, surtirá um futuro mais auspicioso e equilibrado.
Uns chamavam ao cantor John Lennon de visionário, muitos chamavam-lhe de louco, mas acredito piamente que um dia não haverá barreiras de países, de religiões, de línguas ou de culturas. Não haverá lutas por dinheiro ou posses, cada um tomará somente o que precisa. Eis uma visão que atualmente é puramente utópica, mas é minha convição que será um dia realidade.
Recentemente durante uma conversa com um meu conhecido, o mesmo dizia claramente que o mundo precisa de explorados e exploradores, de ricos e de pobres, de dominadores e submissos. Eu respeito todas as opiniões, mas repugno este princípio. É verdade que há elites que exploram, é verdade que há quem morra de fome ou de doenças facilmente curáveis, mas esta realidade não permanecerá eternamente.
O povo em todo o mundo está febril. Em Portugal ainda não aconteceram distúrbios de monta. Mas o fim da bonança aproxima-se galopante. O nosso marco do 25 de Abril poderá em breve ser uma efeméride menor no panorama da luta pela liberdade e igualdade. O governo democrata está a enveredar a passos largos pelo abismo, vetando qualquer alternativa. O país está numa situação calamitosa, precisa urgentemente de medidas drásticas, mas determinar tais medidas como exclusivo de alguns setores, irá trazer uma fatura que o próprio governo social-democrata não poderá sustentar. Querem? Sejam sérios, tenham-nos no sítio, pois se carregais sobre o povo tendes que ter coragem de fazer o que sempre apregoastes: carregar igualmente nos abastados, distribuindo os sacrifícios. Só assim podereis aguentar esta empreitada de cortes até ao seu término.
Recusar a tributação extraordinária sobre quem mais tem e de seguida cortar cegamente nos subsídios de natal e de férias é de quem não tem consciência humana, nem sequer de estratégia política. Preferem claramente ter o apoio dos lobbys com meios financeiros, que suportam as suas campanhas e até os seus bolsos, do que ter o apoio das massas. E porque haveriam eles de fazer diferente? A máquina propagandista partidária assegura-lhes nas eleições os votos necessários! Nada mais precisam do povinho. Estais errados. O povo que não engole as patranhas que o governo faz passar através da comunicação social, irá em breve alcançar o ponto de rutura. Este governo, tal como os predecessores, são caraterizados pela inércia, pela reação à prevenção, e neste caso não creiem que o pacato povo se possa revoltar ao ponto de inclusive causar o derrube do próprio poder. Mas ouçam ó vozes do Olimpo, esse dia está a chegar, galopante como o vento, eis que está a chegar.
Hoje passei por três diferentes assembleias de voto, todas de pequeníssimas freguesias, apesar de já ter votado antecipadamente devido às vicissitudes da minha atividade laboral.
Numa delas encontravam-se cinco membros na sala da assembleia de voto. Noutra freguesia, de semelhante proporção populacional, encontravam-se cerca de oito membros. Na terceira freguesia, indubitavelmente a de menor expressão populacional entre as três, encontravam-se cerca de dez membros!!! É lá,... aqui o serviço deve ser abundante!
Cada membro presta um obrigatório e relevante serviço público, num impoluto exemplo de cidadania, um impagável ato altruísta para com a comunidade, remunerado a peso de e(o)uro. Não está o país a votos devido a crise? Então porque é que tanta gente é paga excentricamente para desempenhar um papel que deveria ser um dever de todo o cidadão? A pagar, que fosse tida em conta a proporcionalidade entre o serviço realizado e o caráter público inerente.
Subrescrevi uma petição contra a isenção de remuneração aos membros da assembleia de voto, mas teve igual aceitação como o abandono do TGV.
Digam-me lá então o porquê?
Para que servem dez membros numa assembleia de voto de uma freguesia de infíma dimensão?
Porque é remunerado tão generosamente o exercício destas funções?
Qual o critério de nomeação dos membros para a assembleia de voto?
Porque vejo sempre as mesmas caras na sala do festim?
E esta, hem...?
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